Diário de Cuiabá
Da Reportagem
Para o general de brigada do Exército Brasileiro Álvaro Pinheiro, o Brasil tornou-se estratégico quando o assunto é terrorismo por fatores como já ter se tornado esconderijo para organizações terroristas, além do território nacional ser potencial “palco para ações terroristas contra inimigos tradicionais (EUA, Israel, Reino Unido, França, Espanha etc)” devido às suas relações com o Brasil.
Isso teria acontecido, alerta o general, em função de um aumento na “estatura político-estratégica brasileira” causada por fatores como economia mais estável, aumento demográfico e relações comerciais, mas também, por causa de outro fator que aumenta o risco de um ataque terrorista por aqui: o fato de termos nos tornado sede de “relevantes eventos internacionais, inclusive eventos desportivos”.
Para ele, há sim um inimigo sedento à espreita respondendo por siglas internacionais e sua relação com abreviações nacionais. “A ameaça do narcoterrorismo, em face das conexões das FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] com organizações subversivas e do crime organizado de diferentes países da América Latina (incluindo MST, CV e PCC)”.
Para o general Pinheiro, a única saída é a prevenção para tentar evitar e, no caso de não conseguirmos, ter preparação necessária e suficiente. “Não pode ser improvisada, quando da eclosão da crise. Há que se construí-la dia após dia, sob pena de se pagar a incompetência e a irresponsabilidade de forma catastrófica, com traumáticos prejuízos para a integridade da soberania e do patrimônio nacionais do Brasil”, diz, no velho estilo de caserna.
Na medida do crescimento dessa estatura política e estratégica como potência emergente, o Brasil teria, ainda, responsabilidade perante a comunidade internacional com relação à prevenção e combate ao terrorismo dentro e fora do seu território. “A salvaguarda estará materializada, de forma eficiente e eficaz, na medida em que o Sistema de Inteligência, as Forças Armadas e o aparato de Segurança Pública estiverem plenamente integrados com as empresas gestoras, governamentais ou não, e com as agências reguladoras, por meio de planejamentos permanentemente atualizados, coordenados e sincronizados”, disse. (RR).